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As Visões de Segrégio.

Por Roberto Evangelista. 

“Porque agora somos capazes de tomar conhecimento de tudo que acontece no planeta quase em tempo real, o olhar contemporâneo tornou-se insaciável. A produção do olhar viciou a visão. O vertiginoso fluxo da produção artística hodierna apenas alimenta a insaciabilidade do olhar. Este, portanto, deixou de ser seletivo para se fazer voraz.

(Duchamp, percebendo que os artistas também contribuíam de diferentes formas, suportes e texturas, para o acúmulo de objetos no planeta, antecipou-se ao caos imagético optando pela parcimônia: apenas uma vez por ano aconteceria de dar vazão ao seu próprio fluxo produtivo. E, sabiamente, começou a jogar, inumeráveis partidas de xadrez…).

A indústria de consumo, da qual a produção artística pós-moderna é filha dileta, proporcionou a globalização do olhar. Assim, raramente, o homem vê verdadeiramente. E o que ressalta aos olhos, capaz de surpreendê-lo – indo além da retina para uma contemplação refinada e extasiante – se tornou rarefeito. Implantou-se a indústria da repetição e o discernimento do olhar foi turvado.
A arte de Alexandre Segrégio é capaz de reter a retina da voracidade medíocre e de canalizá-la à contemplação e a reflexão. Sua obra é uma ruptura com o “dejá-vu”, um freio à superficialidade dos adornos e uma surpresa a torrente sem conceitos da arte consumista.

Visionário, suas pinturas nos deslocam para vivências outras, de planos e sentidos, nos instigando a investigar o nosso poder de mentalizar e sonhar, e as dimensões cósmicas, infinitas do sonho. Suas visões jamais nos alienam do contexto, ainda que indefinido da realidade, mas nos remetem a intimidade da mãe natureza, seus fluxos vibratórios e torrentes de energia, proporcionando uma interação mágica do olhar com a plenitude do sentir.

Sua técnica refinada está a serviço de um processo que nos deixa perplexos e maravilhados ante o que o artista re(colhe): da sua imaginação como instrumento de saber e como identificação com o invisível do mundo. E quem mais que o artista para ascender a esse grau de contato com a natureza, visualizando suas mais sutis emanações? Quem mais para nos traduzir as maravilhas pictóricas colhidas dos seus momentos de ascese? Quem mais que ao artista para fazer luzir a luz em nossas retinas tão carentes da real luminosidade?

Reprimir o olhar – das imagens que transtornam e alienam – e direcioná-lo a contemplação das visões do artista Alexandre Segrégio, será um imprescindível exercício de zelo pela saúde dos nossos olhos, corações e mentes.

Aqui, a arte que se faz a serviço da investigação e da ampliação de nossas percepções no concede ainda, prazerosamente, elementos para um aprimoramento muito além dos sentidos.”

Roberto Evangelista
Artista Plástico, participou de diversas Bienais nacionais e internacionais.

 

Alexandre Luiz Segregio
Alexandre Luiz iniciando uma pintura
Alexandre Luiz iniciando uma pintura

o artista

Sou brasileiro, nasci na cidade de Matias Barbosa MG. Morei 18 anos na cidade de  Pouso Alegre MG, atualmente resido em São Paulo.

Em 1974, iniciei meus primeiros trabalhos e estudos artísticos. Desenvolvi diversos estilos de pintura, predominantemente o visionário e realista.

Procuro promover através de minhas pinturas um diálogo e relação que existe na concepção humana com a natureza, reconhecendo e recebendo a força, magia e beleza que Dela emana.

Num mundo altamente imediatista e superficial, convido você a “mergulhar” em detalhes com profundidade,  no intuito de “resgatar” e  “religar” à natureza e a sua própria essência.

Meu desejo é que estas reflexões possam gerar um “despertar” da importância de cada um na preservação do planeta.

Me dedico e me empenho a detalhar a riqueza e magnitude existente na natureza. É a minha forma de reconhecer, ser grato e ter amor à natureza.

Na busca de aprimorar cada vez meu trabalho, realizo pesquisas de campo. Tenho por hábito visitar locais onde há  florestas, em que  a natureza encontra-se mais preservada.

Diante desse panorama é que atualmente busco inspirações e retrato em minhas telas de grandes dimensões, a natureza como ela é!

Coloco-me no lugar de aprendiz da vida e venho percebendo, sentindo a dimensão de uma força maior que rege o universo. É com este Grande Mestre, que procuro me sintonizar e me coloco no lugar de instrumento e recebo inspirações para minhas pinturas visionárias.

Quero manifestar minha gratidão a minha esposa, pelo seu apoio e amor a nossa família!

Dona Isabel - desenho a lápis - 1974
método construtivo

currículo artístico

Exposições Permanentes: 

2005 – Ateliê / Galeria Alexandre Luiz Segrégio – Aclimação São Paulo SP – Fotos do Ateliê / Galeria.

2019 – Fine Art da obra Águas de Bueno Brandão I (PA), entra pro acervo cultural da Câmara Municipal de Castelo de Vide – Portugal.

Alexandre Luiz Segrégio - 1981

Individuais:
1979 – Conservatório Municipal – Pouso Alegre – MG
1980 – Teatro Municipal – Pouso Alegre – MG
1984 – Residência Deivanir Alves Medeiros – São Paulo – SP

 

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